Do tempo
Ainda antes deste tempo horrível se voltar a instalar andámos a passear. Fomos à praia molhar os pés e correr na areia. A areia não a incomoda [até a provou], nem a àgua fria nos pés a faz sentir desconfortável. Fala com toda a gente e não hesita em correr atrás das bolas das outras crianças. Vive e experimenta sem receios desde que os meus braços estejam por perto para poder correr para eles.
Depois o tempo mudou. Andei por aí aos trambolhões no céu agitado dos últimos dias. Aterrei no Funchal quando os outros voltavam para trás e em Lisboa no meio de uma trovoada darwiniana. E dei por mim a pensar "e se os meus braços desaparecerem e a Mada não tiver para onde correr?" E tive medo. Um medo que não tem nada a ver com turbulência ou ventos cruzados. Medo de não estar aqui para ela. E agora que senti este medo não sei como o vou resolver. Não sei onde o arrumar dentro de mim. Mais um.
Depois o tempo mudou. Andei por aí aos trambolhões no céu agitado dos últimos dias. Aterrei no Funchal quando os outros voltavam para trás e em Lisboa no meio de uma trovoada darwiniana. E dei por mim a pensar "e se os meus braços desaparecerem e a Mada não tiver para onde correr?" E tive medo. Um medo que não tem nada a ver com turbulência ou ventos cruzados. Medo de não estar aqui para ela. E agora que senti este medo não sei como o vou resolver. Não sei onde o arrumar dentro de mim. Mais um.
7 Comments:
Eu não ando no céu agitado, mas partilho (também!) desse medo.
Optei por arruma-lo junto de todos os outros que surgiram com a minha condição de mãe.
Fiquem bem!
11 abril, 2008 16:07
tenho passado os ultimos meses a pensar nisso.
na morte e se depois o meu espirito pode ficar perto dela.. dúvidas.. dúvidas..
até me senti obrigada a decidir com quem ela fica se eu e o P. partirmos ao mesmo tempo.
tormentos..
11 abril, 2008 19:37
OLá...
Temos que ser positivas e pensar que a vida nos sorri. Quanto mais pensamos em angustias e tristezas e medos mais inseguras ficamos. Há que ter um sorriso e encarar a vida com esperança. Sermos mães é isso mesmo, ter fé e viver um dia de cada vez, com a ajuda de Deus.
Um beijinho grande
12 abril, 2008 11:25
Invejo a tua coragem, eu que sou uma medricas do caraças, essa seria a última profissão que eu conseguiria desempenhar, tenho um medo monstro de voar...
É complicado quando pensamos que algum dia poderemos deixar de estar cá para as nossas piolhas, imagino como te tenhas sentido...
Beijinhos e bom fim-de-semana!
12 abril, 2008 12:52
o medo enfrenta-se, pensa-se nele e depois de chegarsmos sempre à mesma conclusºao mandamo-lo para trás das costas e deixamos os dias correrem na sua ordem natural... viver a vida de sorriso aproveitando as bebezices dos nossos rebentos, amanhã logo se vê...
12 abril, 2008 17:03
Também já pensei nisso, eu e o pai dela estamos separados e não quero de forma nenhuma que ela , se algo me acontecer algum dia, fique com a parte da família que nem telefona a perguntar por ela. E aqui inclui-se também o pai.
É um aperto grande que nos dá, que por muito que queiramos se repete sempre com a mesma intencidade sempre que nos lembramos disso.
13 abril, 2008 19:06
O medo não existe por si só, sendo nós que o criamos, cabe-nos a nós também, não deixarmos que nos domine!
Costa da Caparica?
17 abril, 2008 14:48
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