Dentes

Ainda tenho a cabeça a andar à roda da noite passada e já me estou a preparar para outra.

Os malvados dentes que ali andam, e até já picam, não se decidem a romper.

E ela não sabe o que fazer à vida dela.

Dorme um bocadinho, brinca um bocadinho, chora um bocadinho, colo um bocadinho.

Nada lhe apetece. E a mim apetece-me muito dormir. Um bocadão.

Em oito meses nunca tinha tido uma noite assim. Nem quando amamentava de três em três horas. Era maminha e dormir logo. As duas. O papá fazia o transporte dela para a sua caminha e ainda me aconchegava o edredon. Nem ontem, nem hoje há papá, mas há dentes.

E eu não gosto de dentes. Dos meus porque são tortos. Dos dela porque não saem. E mesmo que os dela venham direitos já decidi que não gosto deles. Não gosto porque tenho sono.

Agora (não) vou dormir!

E estou cansada por ter andado para aqui a rodopiar. Figuras tristes de mãe e filha a dançar pela sala em pijama. Valeu a pena pelas gargalhadas dela. Espero que tenha valido a pena para termos uma noite tranquila. Adormeceu profundamente à cinco minutos. Eu sou a seguir.

Girls

A M faz hoje oito meses e para celebrar lá fomos as duas, deslargadas da vida, bater perna para o shopping.

A casa está por limpar e a roupa por engomar, mas fomos!

Fomos porque estar com as amigas é bom. E almoçar fora também. E ver montras também.

E porque não há nada como uma tarde de dondoquice, voltámos revigoradas.

Tivemos risos, fofoquinhas e conversas sérias que é para isso que servem as amigas.

Ai, as amigas! Que saudades que eu tinha. Matei-as todinhas, mas agora já tenho mais. E hoje descobri a resposta para a pergunta que mais tenho ouvido nos últimos tempos e à qual respondia sempre com um não muito seguro. O não mantem-se porque realmente não tenho saudades nenhumas da aviação (i hate cocotes), mas hoje percebi que tenho saudades das pessoas... pelo menos de algumas pessoas, mas isso é assunto para outro post.

Voltando ao dia de hoje... É para repetir! A roupa pode esperar e o chão também não morre se não fôr aspirado. Queremos mais porque se eu adorei, a M simplesmente amou.

Temos mulher!

Ah... E as minhas amigas também são vossas amigas.

Elas, que até nem têm blog, sabem perfeitamente quem são o R, a A, a B, a X, a Y, a Z e por aí a fora.

Sofia... não imaginas o que nos rimos à conta daquela explosão castanha do R tão bem documentada por ti. Elas que ainda não são mães estão aterrorizadas perante a perspectiva de uma fralda assim.lol.

S. João

Estamos mesmo aqui ao lado de Lisboa e em vez do Sto António, festejamos o S. João. Contradições de um povo que se queixa das filas de trânsito na ponte, mas espera meia-hora na fila da barraca das farturas.

Lá fomos ontem, então, festejar o S. João.

Havia muita gente, sardinhas, bifanas e sangria, farturas e alegria. Tudo muito piroso e sujinho, mas autêntico. Giro por ser assim.

Fui já com um pingo no nariz e voltei completamente ranhosa a pensar 'onde se meteu o verão? que não dá para sair à rua sem casaco'.

Agora dói-me a cabeça, a garganta e o corpo todo. Vou para a cama com um chá e este livro.

...Viv'ó Santo António

Viv'ó São João

viv'ás dores no corpo e a constipação...

Chuva (muita)

Um dia de chuva. Um amor ausente. Uma birra de dentes.

E, de repente, já me apetece mudar tudo. De casa, de corpo, de estilo, de mim.

Há muito tempo que não tinha uma telha assim e quem pagou foi o blog. Menos mal.

Afinal continuo por aqui (mas já comecei mesmo a escrever outra vez).

Ah... continuo a encontrar muita banalidade na net, mas quem leio, leio por gosto. Porque acrescentam alguma coisa a este mundo mesmo quando ele está vazio de sol.

Até já.

Do blog

Já há algum tempo que este conceito do blog me anda a 'matutar' na cabeça. E não lhe encontro um sentido definido. E após muito pensar lá percebi o que me incomoda. Perdeu o encanto. Salvo algumas excepções só se leêm banalidades. Não tenho paciência para o dos outros e agora nem para o meu. E dei por mim a pensar 'porque escrevo aqui?'. Porque...
E a resposta não saiu. E fiquei a 'matutar'.

Em passeio pelo flickr deparei-me com esta foto (um trabalho desta artesã ) e o texto que a acompanhava foi a resposta. O texto é este poema de Al Berto.

As Viagens estão intimamente ligadas aos
Meus livros. A todos eles, mas em especial
Aos primeiros. Aqueles que o tempo destruiu,
Tornou impublicáveis – ou eu rasguei, queimei,
Perdi.

Desse tempo de aprendizagem da vida e da
Escrita, desses dias sem eira nem beira,
sobreviveram uns escassos cadernos de notas.
Eles são o que sobejou de um gigantesco diário
De viagens.

Nesses cadernos fui anotando, com minúcia,
o dia a dia de cada viagem. Neles escrevi,
os primeiros poemas, desenhei mapas,
paisagens e rostos. Fiz listas de lugares
A visitar ou a evitar. Colei retratos de gente
que se ía cruzando comigo, bilhetes postais,
etiquetas, bilhetes de comboio e de avião…

Por não ter um portátil quando andava por aí no mundo escrevia muito. Tinha cadernos... de tudo. Agenda, livro de briefing, caderno de apontamentos, albúns de fotos. E, agora, a minha mala anda vazia de papel. Vou voltar atrás.

Quero escrever a minha vida à mão e poder olhar para ela sem precisar de electricidade.

O blog não acaba aqui porque o coração não mo deixa apagar, mas fica em suspenso.

Até logo.

Do baptizado

Já temos as fotografias. Muitas e todas lindas.

Só coloco aqui esta porque já decidi que, apesar de não privatizar, vou resguardar. Pela privacidade dela e pela minha sanidade. Com tantas visitas diárias (90...) os comentários são poucos. Não dá para saber quem lê ou porque lê e, na dúvida, as fotografias passam a ser mais contidas.

Desde míuda que sempre adorei fotografias. Passava tardes a ver os álbuns lá de casa. O álbum do meu baptizado. E agora o baptizado dela. Quando a vi dentro do vestido que eu também usei. Ali, igual a mim, senti-me realizada. Fechei um ciclo. Já não sou eu a bebé da fotografia, agora sou a mãe. Sensação maravilhosa num dia maravilhoso de encontro de famílias e de afectos. Tanta ternura à volta dela. E, ela, tão querida. Uma senhorinha, o dia inteiro, a agradecer com sorrisos a presença de todos. Da comida aos presentes, passando pela decoração e pelas fotógrafas, tudo estava perfeito. Valeu a pena o dia. Pelo dia. Pela história que se constrói. A tua história, Madalena...

Tempo voador

Há três anos atrás não havia fraldas, nem papas, nem vacinas, nem noites sem dormir.

Há três anos atrás bebíamos martinis ao som de violinos no Florian.

Há três anos atrás passeávamos de mãos dadas ao pôr-do-sol em Veneza e fazíamos planos de quem namora há poucos meses.

Hoje Veneza está em Itália e o Florian longe.

Hoje não dormimos tanto como queríamos.

Hoje somos tão felizes como há três anos atrás e isso deixa-me feliz.

Ouvimos violinos quando damos música um ao outro. E fazemos planos para três.

Se há três anos atrás me dissessem que hoje era assim não acreditava. Às vezes ainda não acredito.

day & night

De dia só dorme assim. Tapada. Enrolada. Transpirada.

À noite dorme assim. spc *.

* só para contrariar

Amizade(s)

As pessoas físicas que giram na minha órbita agora perguntam muitas vezes "mas quem?" e eu respondo "é uma amiga lá da net" e elas "ah...".

Muitas acham estranho como é que eu falo assim de alguém que não conheço, mas a questão é essa.. eu conheço. Conheço porque leio as vidas delas. Os dias, as noites, os pensamentos, as alegrias, os dramas, as "coisas".

Gosto de ter um blog por estas coisas. Lemos vidas. Escrevemos a vida. E criamos laços.

Hoje fui ler uma 'vida' e encontrei isto.

Um laço de amizade a que acrescento mais um nó.

Agradeço e passo a estas 'vidas'.

Catita

Madamesupermum

Alice(dooutroladodoespelho)

Repolhinho

Narizinho

Vacinas

Hoje foi dia de Prevenar. Agora só aos 15 meses é que ela volta às vacinas.

Aproveitando a ida ao centro de saúde, tirámos as medidas:

7,115 kg e 66 cm. Está grande. E crescida. Uma senhorinha que já se senta muito direita e quando quer alguma coisa que não alcança diz muito decidida 'cá'.

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Na foto do post anterior ela não está num andarilho. Está sentada numa mesa de actividades da Prénatal que é redonda e daquela perspectiva até parece um dos ditos, mas não é. Desses ela não vai ter porque a ideia não me agrada.

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Ainda ando a pensar nas privatizações (muitas) que têm acontecido na blogoesfera. E se por um lado acho que não vou privatizar, por outro dou por mim a pensar se tenho direito a expôr assim a vida dela. Será que quando fôr mais crescida (crescida mesmo) ela vai achar engraçada esta ideia. Não sei. Vou pensar melhor.

Brincadeiras

Enquanto ela brinca, eu cozo. O gosto já tinha, agora tomei-lhe o jeito e não me apetece parar. Já fiz duas bolsas para o telemóvel, um vestido para ela e uma mala para uma amiguinha.

Por hoje já parei. Vou namorar. Ela fica a brincar com a avó e nós vamos os dois.

Volto amanhã... espero que com tempo para vos ler. Até amanhã!

Criança

Hoje todas as crianças deviam ter um carinho.
Deviam ter pai e mãe para um abraço apertado, avós para um presente simpático e amigos para um beijinho. Todos deviam ter.
A Madalena tem sempre. Hoje mais.
Mimos... Recebeu flores pela primeira vez. Oferta da avó Teresa.

Só faltou mesmo o abraço do pai, mas esse chega amanhã porque o dia da criança é todos os dias.
Feliz dia mundial da criança a todas as crianças, grandes e pequenas.