Negro
Não sei se pela proximidade, se pelos números, este mexeu comigo. Fez-me pensar. Não nos que agora são um número para as estatísticas negras da aviação porque, e correndo o risco de parecer fria, esses nem perceberam o que lhes aconteceu. Pela dimensão do que vi na tv foi tudo demasiado forte e demasiado rápido para a percepção de alguém.
Mas e para os que cá ficam? Os pais, as mães, os filhos, irmãos, amigos que estão agora naquele aeroporto, na certeza do vazio, à espera de nada?
O pânico que senti hoje veio da ideia de fazer isto à minha família. Já uma vez tinha sentido isto quando, dias antes de um Natal, apanhei um valente susto e dei por mim a pensar que ia estragar o Natal à minha família para sempre. Hoje pensei mais forte.
A alma está negra pelas vidas que ali se perderam e o coração apertado pelas vidas que ali ficaram suspensas.
O pânico que senti hoje veio da ideia de fazer isto à minha família. Já uma vez tinha sentido isto quando, dias antes de um Natal, apanhei um valente susto e dei por mim a pensar que ia estragar o Natal à minha família para sempre. Hoje pensei mais forte.
A alma está negra pelas vidas que ali se perderam e o coração apertado pelas vidas que ali ficaram suspensas.
É tudo o que consigo escrever sobre isto.
6 Comments:
Pois...imagino o que possas estar a sentir. Mas pensa positivo, afastas esses pensamentos de "e se".
Tu estas na aviação, é claro que te afecta. Mas niguém está livre de nada lhe acontecer, como sabes.
Eu quando fico com pensamentos muito negros quando vejo as noticias na tv, tento logo afasta-los, não quero e não gosto de os ter.
Beijocas
20 agosto, 2008 22:57
Imagino que estas situações para ti são ainda mais dificeis do que para nós que estamos de fora.
Mas a verdade é que não podemos ficar a pensar nos "se" porque dessa maneira nenhum de nós sairia de casa.
Fica bem!
Bjs
21 agosto, 2008 00:51
É entrar já hoje de novo na máquina e deixar correr! Lá em casa é assim que se faz.
21 agosto, 2008 08:08
Acreditas que me lembrei de ti no imediato???
Triste...estas coisas mexem muito comigo.
Viajei num avião igual, da mesma companhia, precisamente daquele aeroporto para o de Las Palmas, há 6 anos atrás...
Fico doida com estas fatalidades.
21 agosto, 2008 09:14
Não deve ser nada fácil para ti ver estas coisas a acontecer...
Eu sei, porque tenho pânico de andar de avião, mas enfio-me sempre dentro deles a pensar que é tudo imaginação da minha cabeça e que nada de mal irá acontecer.
Situação muito má para quem fica, sem dúvida.
Ainda por cima faz impressão, com uma distância tão curta... nem chegaram quase a sair do mesmo sítio.
Na minha cabeça ficou a ideia de que tão cedo não vou viajar de avião com a Bia, confesso que isto me passou pela cabeça... mas não podemos pensar assim, eu sei.
Beijinhos para ti
21 agosto, 2008 15:42
Olá!
Eu encarei o acidente com a mesma naturalidade com que encaro o acidente no Tua ou um despiste de um autocarro com turistas. Aliás, a parte que sempre mais receei na aviação era quando saía e entrava numa carrinha para o hotel com um qualquer condutor maluco. Fiz percursos entre aeroportos e hoteis de mais de duas horas como por exemplo entre Santo Domingo e La Romana ou entre Al Ain e Abu Dhabi e com alguns sustos pelo meio.
O melhor é não pensarmos nestas coisas e viver cada minuto seguinte como se fosse o mais precioso das nossas vidas :)
Bons voos!
27 agosto, 2008 20:09
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