Sem espaço

Continuando com a vida...
Preciso de uma casa nova!!! Não a posso comprar, mas precisava taaaanto! Já nada cabe neste ninho que era perfeito para o amor de dois, mas tão apertadinho para o amor dos três.
Cada vez que arrumo a casa tento descobrir sitios novos onde possa criar arrumação. Podem não acreditar, mas até o quadro do contador da luz já foi promovido a armário pequenino e os da água e do gás só não tiveram a mesma sorte por serem na rua.
O desespero é real. Ainda mais quando a miuda cresce à velocidade da luz e eu sou incapaz de me desfazer de um par de meias dela sequer.

Ah... precisava tanto de um sotãozinho... O desespero é tão real que qualquer dia vou alugar um espaço destes nem que seja só para guardar a primeira roupinha dela [e a segunda, e a terceira...] Ai vou, vou!

Negro

Não sei se pela proximidade, se pelos números, este mexeu comigo. Fez-me pensar. Não nos que agora são um número para as estatísticas negras da aviação porque, e correndo o risco de parecer fria, esses nem perceberam o que lhes aconteceu. Pela dimensão do que vi na tv foi tudo demasiado forte e demasiado rápido para a percepção de alguém.

Mas e para os que cá ficam? Os pais, as mães, os filhos, irmãos, amigos que estão agora naquele aeroporto, na certeza do vazio, à espera de nada?
O pânico que senti hoje veio da ideia de fazer isto à minha família. Já uma vez tinha sentido isto quando, dias antes de um Natal, apanhei um valente susto e dei por mim a pensar que ia estragar o Natal à minha família para sempre. Hoje pensei mais forte.
A alma está negra pelas vidas que ali se perderam e o coração apertado pelas vidas que ali ficaram suspensas.

É tudo o que consigo escrever sobre isto.

Aniversário

Ontem foi dia de soprar velas. 32. Ela ajudou a apagar não muito convencida com tanta algazarra de vozes e palmas. Não tarda muito é ela a soprar. 2.

Parabéns, amor! Amor das duas!

Paparazzi

Dona Mada estava na praia sem saber bem o que fazer. Pegou no balde e encheu de areia. Ignorou a minha pergunta se queria fazer um bolo? Um castelo? Um buraco? Nada.

Pegou no balde e despejou em cima dela, fresca e fofa, como se de água se tratasse. Ficou chocada quando percebeu que não era.

Eu, como excelente mãe que sou, não conseguia parar de rir perante o ar dela. Não sei se mais indignada com a areia, por não ser tão agradável como a água, ou comigo que para além de me rir ainda fazia a reportagem.

Não chorou. Berrou Mãe! E eu larguei a máquina e limpei como pude aquela areia toda colada a ela graças ao protector. Quando agora fui ver as fotografias, e apesar de estar a cair podre de sono, não resisti. Um verdadeiro momento paparazzi para mais tarde recordar.