Começou para contar por onde andávamos quando andávamos perdidos pelo mundo. Agora conta os passos da viagem mais importante. Para ela depois também voar connosco.

2008-07-28

Vizinhos

A ASAE tem vindo a tornar Portugal num país asséptico e devido ao excesso de mediatismo das suas acções acabou por se tornar em piada nacional. O que vou contar a seguir não tem piada nenhuma e por muitas voltas que dê não consigo culpar a ASAE. A asseptissidade dos sentimentos dos portugueses não foi imposta pela ASAE. Surgiu aos poucos com a vida moderna, cresceu com a desconfiança geral e ganhou raízes no medo.
Ontem a minha mãe chegou a minha casa e encontrou a porta escancarada. Ela estava sozinha com a Mada e assustada com o cenário não quis entrar sozinha. Tocou à campainha de todos os vizinhos e mais alguns. Nada. Num domingo à tarde ninguém abriu a porta. Ela continuou a tocar. Perante a insistência a vizinha do lado abriu. Após a minha mãe explicar a situação ela lá disse que a porta já estava assim aberta desde manhã. Lá falou em horas e a minha mãe mais ou menos percebeu que um de nós ao sair de manhã deveria ter deixado a porta aberta. Entrou. Tudo no sítio, ninguém à vista. Obrigada vizinha (?!?!?) e foi para dentro.
Agora eu pergunto: Será que a minha vizinha ao ver a porta aberta não achou estranho? Não podia ter tocado à campainha e na falta de resposta ter puxado a porta? Quantos vizinhos mais terão visto a porta aberta e achado normal?
Tenho saudades dos vizinhos antigos que emprestavam ovos e chávenas de açucar, sabiam a nossa vida toda e acudiam quando alguém gritava por ajuda. Os meus não são assim e de certeza que eu também não sou. Cumprimento-os sempre que os encontro e já chegámos a trocar mais do que duas palavras. Eles sabem o nome da minha filha, mas são incapazes de fechar uma porta aberta ou tocar a uma campainha para confirmar se está tudo bem. E eu seria? Depois disto a resposta é viciada.
Fiquei enraivecida, assustada, danada. Dou por mim a jurar não trocar nem mais uma palavra com qualquer um deles. E, no fim, penso que é por isso que estou a escrever este post. E desisto. Estou preocupada com elas as duas lá em casa sozinhas, estou desiludida com os comportamentos humanos e estou danada com quem deixou a porta aberta. É que não fui eu a última a sair de casa ontem...

2008-07-27

Recados

Há muito tempo que andava para fazer um post destes, mas agora por necessidade tive mesmo que o fazer.
Primeiro a necessidade:
Nocas...não consigo aceder ao blog antigo e o convite para o novo não funciona...
Agora o que já andava para fazer há uns tempos:
Muitas pessoas lêem o blog e não comentam. Outras comentam, mas têm blogs privados. Ora eu também gostava de vos ler, pode ser?
Tenho um mail novo [sofianoar@gmail.com] a partir do qual vou passar a gerir o blog por isso qualquer palavrinha ou convite agora é para aqui, sim? Fico à espera!

E já que estou nesta onda de recados para a blogoesfera, deixo um recado também para a esfera real. Tenho muitas saudades das minhas amigas do mundo real que não vejo tanto quanto gostaria por causa desta vida louca. Já não vou dizer que temos que nos encontrar, marcar isto ou aquilo, porque não vale a pena. Só quero dizer que tenho saudades, saudades a sério daquelas de dar um aperto no coração. Beijo muito grande para... vocês sabem quem são.

Recados dados, a Mada esteve com gastroenterite, levezinha passou rápido, mas eu como não podia ficar atrás, também. Vómitos, diarreia e mal-estar geral. Também já passou, felizmente. Agora, de volta ao trabalho, ando por Copenhaga. Vou aproveitar o fim de tarde na cidade e mais tarde espreitar os vossos cantinhos que há que aproveitar esta benção do wi-fi nos hoteis. Vou, mas volto e o new look do blog está quase...

2008-07-22

Ai

Regresso hoje ao ar após onze dias de baixa. Onze!
Eu, que passava semanas dentro de água entre Punta Cana, Caparica e Brasil e no regresso ainda fazia o vôo de cabelo molhado, tenho agora que usar tampões cada vez que pensar em aproximar a cabeça de água e nada de ar condicionado juntamente com cabelo molhado. Ai, a velhice é tramada!
Estes trinta que teimam em vir directos a mim como um carro desgovernado começam-me a incomodar... muito! Assoar bem e hidratar, minha menina! disse o médico. Menina?! Sim, pois. E mais tralha para andar sempre comigo...Sterimar e Neosinefrina sempre que fôr para o avião. Ai, a velhice é tramada!
E, por andar a contar os dias que faltam para os trinta, lembrei-me hoje da Ingrid. A Ingrid faz hoje trinta anos e era a minha melhor amiga na escola primária. Há mais de dez anos que não sei nada dela. Dez anos. Desde quando é que comecei a poder quantificar coisas na minha vida através de décadas? Ai!
Adiante.. Parabéns à Ingrid [onde quer que estejas].
Vou trabalhar e volto amanhã. A ver se arranjo tempo para a blogoesfera [os blogs andam todos novos e tão bonitos que até eu estou com vontade de mudar] e muito obrigada a todas pelas palavras no post anterior.
Edit ao post:
Olhem eu com uma década. Que pirosa! Sempre fui e sempre serei. lol

Eu... aos dez.

2008-07-18

Verde

Nove dias de baixa [ainda não terminados] graças a um barotraumatismo.
Nos dois ouvidos e nariz. Sinusite incluída. Dor de cabeça constante. Antibióticos, anti-inflamatório e anti-histamínico. Dias passados em casa a dormir deitada e a dormir em pé.
Sinto-me verde. Verde como a ranhoca que ainda vive no meu nariz.
Na segunda-feira novo timpanograma e a esperança de já estar ok.
Um olá e um beijo a todas as blog friends que não visito há muito, mas por agora estou ko.

2008-07-02

No campo

No sábado passado fizémos um piquenique em Sintra.
Eu, como ando num momento particularmente tonto da minha vida, vesti a Mada de branco. Ténis, calças e casaco brancos.
A Mada, como anda num momento particularmente descobridor da sua vida, voltou para casa cinzenta. Descobriu terra, pedrinhas e paus.
A máquina lavou e eu aprendi. Branco não rima com campo.